Os professores da rede estadual do Piauí enfrentam uma série de desafios que vão além da sala de aula. Além de um sistema burocrático e inflexível para o registro de aulas e faltas, que pode resultar em descontos automáticos injustos, esses profissionais ainda precisam lidar com salas superlotadas e temperaturas que ultrapassam os 45°C. O governo do estado, no entanto, parece ignorar essa realidade e continua impondo regras que só prejudicam a categoria.
Em muitas escolas do Piauí, a temperatura dentro das salas de aula se torna um verdadeiro obstáculo para o aprendizado. Sem ventilação adequada e, em muitos casos, sem ar-condicionado ou até mesmo ventiladores funcionando, alunos e professores são obrigados a enfrentar um calor extremo, que compromete tanto a saúde quanto a qualidade do ensino.
Dar aula em um ambiente onde o calor ultrapassa os 45°C não é apenas desconfortável, mas desumano. O rendimento dos alunos cai drasticamente, enquanto os professores precisam fazer um esforço ainda maior para manter a disciplina e o engajamento dos estudantes. Mesmo diante desse cenário, o governo estadual se mantém indiferente, sem oferecer soluções efetivas para climatizar as escolas e garantir um ambiente minimamente adequado para o ensino.
Além das péssimas condições estruturais, os professores ainda enfrentam um sistema de registro de aulas extremamente rígido. Se uma aula não for registrada dentro do mês correspondente, as faltas são automaticamente descontadas, sem possibilidade de correção. Esse modelo ignora completamente os desafios do dia a dia escolar, como problemas técnicos, dificuldades de acesso à internet e a própria sobrecarga de trabalho dos docentes.
Enquanto o governo do Piauí exige comprometimento total dos professores, ele próprio falha em garantir condições dignas de trabalho. A falta de investimentos na educação pública é evidente, e quem sofre são os profissionais que dedicam suas vidas ao ensino.
Os professores da rede estadual não pedem privilégios, mas sim o básico: salas climatizadas, salários justos, flexibilidade para lidar com questões burocráticas e, acima de tudo, respeito. O governo do Piauí precisa parar de tratar a educação como um fardo e começar a enxergar que investir nos professores é investir no futuro do estado.
Se nada for feito, os problemas só vão se agravar. Afinal, como esperar um ensino de qualidade em salas onde o calor se torna insuportável e onde os docentes são punidos por falhas no sistema? A educação precisa ser prioridade de fato, e não apenas discurso vazio. O governo tem a obrigação de garantir condições dignas para aqueles que formam as futuras gerações.