O governo do Piauí mais uma vez demonstra sua face autoritária ao proibir que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) realize reuniões ou qualquer tipo de movimento dentro das escolas. A decisão, tomada pelo secretário de Educação, representa um claro atentado contra a liberdade sindical e o direito à organização dos trabalhadores da educação.
A medida imposta pelo secretário restringe a atuação do Sinte, obrigando que todas as manifestações ocorram fora das escolas, sob a justificativa de "manter a normalidade" dentro das unidades de ensino. O que o governo não explica é como a retirada de um direito básico dos trabalhadores contribui para a melhoria da educação no estado. Essa decisão arbitrária não só fere princípios democráticos, como também evidencia a falta de diálogo da gestão estadual com os profissionais da educação.
Outro ponto que levanta questionamentos é a escolha do atual secretário de Educação, que antes ocupava o cargo de juiz. Por que um magistrado abriria mão de um salário substancialmente maior para assumir um cargo político-administrativo? Essa mudança de função, do ponto de vista financeiro, não parece fazer sentido, levantando suspeitas sobre interesses ocultos por trás dessa nomeação.
Enquanto a educação pública no estado enfrenta sérias dificuldades, como escolas sucateadas, desvalorização dos professores e falta de investimentos estruturais, o secretário, em vez de focar na resolução desses problemas, escolhe reprimir a categoria. Sua postura reflete uma administração que prioriza o controle e a censura em detrimento do diálogo e da transparência.
A proibição da atuação do Sinte nas escolas é mais um sintoma do viés autoritário do governo estadual, que usa seu poder para sufocar qualquer tipo de questionamento ou mobilização dos trabalhadores. Essa prática se assemelha a regimes ditatoriais, onde o direito à livre associação e à luta por melhores condições de trabalho é sistematicamente reprimido.
Diante dessa tentativa de silenciamento, é fundamental que a população do Piauí esteja atenta e mobilizada para defender os direitos dos trabalhadores da educação. O direito à livre organização sindical não pode ser cerceado por decisões arbitrárias que só reforçam a postura antidemocrática do governo estadual.
A educação pública de qualidade só será possível com professores valorizados e uma gestão democrática. A tentativa de silenciar o Sinte demonstra que o governo estadual não está disposto a ouvir aqueles que realmente fazem a educação acontecer: os trabalhadores das escolas. A sociedade não pode permitir esse retrocesso e deve lutar por uma educação livre, democrática e de qualidade para todos.